Nunca se falou tanto em tecnologia no cooperativismo como
agora. No documento oficial do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo,
realizado em maio de 2019, um conjunto de perguntas desafiadoras
foram apresentadas, entre elas “como as cooperativas estão atuando
para responder às demandas do novo mercado?”. Essa preocupação
com as mudanças recentes na sociedade, nos negócios, na forma de gestão, no
cliente e no cooperado se tornou ainda mais real com o início da
pandemia.
O objetivo é simples: utilizar a tecnologia para
melhorar a performance e o alcance das quase 7 mil cooperativas
brasileiras que, atualmente, beneficiam cerca de 52 milhões de
pessoas, de forma direta ou indireta. “Essas
mudanças vêm afetando profundamente a forma de funcionamento e
relacionamento das cooperativas, causando impactos
e criando oportunidades”, conta Hélio Gomes de Carvalho, professor de
Inovação no Cooperativismo do ISAE Escola de Negócios. Nos últimos
meses, a transformação digital se tornou mais que uma simples
preocupação, mas sim uma realidade em cooperativas de todo
o país.
“Um grande incentivador desse modelo é
o próprio ISAE, pois desenvolvemos uma abordagem denominada TD 4×4
para apoiar a transformação digital no ambiente das cooperativas”,
aponta. A abordagem da escola de negócios percorre
quatro ações principais: estabelecer estratégias, conhecer e
mobilizar as novas tecnologias, sensibilizar e desenvolver pessoas e repensar
os processos existentes. “Essa preparação é necessária para dar foco às
quatro ações que proporcionarão as transformações desejadas. São elas: melhorar
a experiência do cliente, otimizar os processos operacionais (administrativos,
operacionais e industriais), criar novos modelos de negócio e criar uma cultura
digital”, explica.
Segundo o especialista, o futuro das cooperativas será baseado em pessoas que sabem utilizar as tecnologias 4.0 para uma efetiva transformação digital. “Além da digitalização de processos repetitivos e desenvolvimento de canais mais inteligentes ágeis e eficazes, é possível buscar novos modelos de negócio digitais para ampliar a abrangência e velocidade dos serviços da cooperativa. Já no campo em particular, pode-se utilizar as tecnologias (drones, inteligência artificial, entre outras) e a cultura digital para ampliar a produtividade das propriedades”, complementa Hélio.
FONTE: MundoCoop